Com medo de comprar tokens, ainda há oportunidades para WLFI?

Nota do editor: Em 1º de setembro, a World Liberty Financial (WLFI) lançou a primeira solicitação e negociação de seu token. No entanto, já em agosto, a WLFI havia empacotado o token como uma ação-cripto e listado por meio de uma empresa de fachada na bolsa de valores dos EUA.

Atualmente, do ponto de vista do valor de mercado, a ALT5, como "reserva de tesouraria da WLFI", está seriamente subvalorizada. Mas o preço das ações da ALT5 estará atrelado ao preço do token WLFI? E como a atual divergência entre touros e ursos sobre o preço do WLFI pode impactar o mercado?

O autor ainda está observando essas questões. A seguir, uma análise aprofundada da empresa de ações-cripto ALT5, originalmente publicada pela BlockBeats em 20 de agosto. Boa leitura.

Em agosto, entre os anúncios da Nasdaq, havia um financiamento aparentemente comum, mas que explodiu como uma bomba: a ALT5 Sigma emitiu até 200 milhões de ações ordinárias a US$ 7,50 cada (cerca de 100 milhões de RMB), trocando por tokens WLFI e colocando o filho mais novo de Trump, Eric Trump, no conselho de administração.

Da noite para o dia, a empresa de tecnologia financeira ALT5, com receita anual de apenas 20 milhões de dólares, transformou-se no "cofre listado da família Trump". A ALT5 não está apenas captando recursos, mas também promovendo abertamente o token da família Trump, WLFI, e a stablecoin USD1, fortemente marcada por conotações políticas, no sistema de valores mobiliários dos EUA.

WLFI (World Liberty Financial) não é uma simples startup, mas sim uma "casa da moeda política" criada pessoalmente pela família Trump.

Esta empresa foi fundada dois meses antes das eleições dos EUA e, em poucos meses, a WLFI já gerou centenas de milhões de dólares em receita para as empresas da família por meio da stablecoin USD1. Em outras palavras, a ALT5 não está apenas integrando uma stablecoin, mas sim todo um arsenal de instrumentos financeiros políticos.

A questão é — a ALT5 está realmente captando recursos ou vendendo um bilhete de riqueza com o rótulo de "dividendo político"?

I. A linhagem oculta da ALT5: a conexão de três forças

A lista de acionistas de uma empresa muitas vezes revela mais do que seus relatórios financeiros.

A estrutura acionária da ALT5 é praticamente um quebra-cabeça de poder: capital offshore, fundos de Wall Street e o grupo dos tokens políticos entrelaçados, fazendo com que a empresa pareça tanto uma fintech quanto um experimento de finanças políticas.

O que realmente dá à ALT5 um ar explosivo são esses acionistas: o grupo dos tokens políticos. Dois nomes se destacam: Zach Witkoff e Eric Trump.

Eric Trump dispensa apresentações — filho do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, atualmente responsável pelos negócios de cripto da família, ingressando diretamente no conselho da ALT5.

Vale destacar Zach Witkoff — cofundador da stablecoin WLFI e presidente do conselho da ALT5.

Analisando apenas seu currículo, já fica claro que Zach Witkoff não é um empreendedor comum. Ele é filho do renomado incorporador imobiliário de Nova York, Steven Witkoff, que atualmente atua como enviado especial dos EUA para o Oriente Médio. A família Witkoff acumula décadas de experiência no setor imobiliário de Manhattan, tendo controlado vários edifícios icônicos, e Steven tem longa relação com os círculos financeiro e político de Nova York.

A família Trump também construiu sua fortuna no setor imobiliário, e Steven Witkoff já tinha laços estreitos com Donald Trump e seu filho no mercado imobiliário de Nova York.

A relação entre Zach e a família Trump pode ser resumida em uma frase: amizade de longa data no setor imobiliário + aliança política. Portanto, a relação entre Zach e Eric vai além de "parceria", sendo uma verdadeira aliança político-financeira de famílias.

Se Eric Trump traz os recursos políticos da família para a mesa, Zach Witkoff é quem executa a estratégia financeira para a família Trump. Ele é a ponte-chave nesta interseção entre política e finanças.

Portanto, a presença desses dois indica que o caminho de desenvolvimento da ALT5 será cada vez mais politizado. Não se trata apenas de expansão comercial, mas de preparar instrumentos financeiros para o ciclo político dos EUA de 2025–2028. Em certo sentido, é parte do "arsenal financeiro" da família Trump.

Vamos analisar outro grande acionista da ALT5, uma empresa offshore registrada nas Bahamas — Clover Crest Bahamas Ltd., que detém cerca de 11% das ações. As Bahamas são um conhecido paraíso fiscal, onde muitos ricos e empresas registram suas companhias. O motivo é simples: desfrutar de políticas fiscais flexíveis e evitar regulamentações excessivas.

Em termos simples, a Clover Crest funciona como um canal oculto para a família Trump, permitindo transferir dinheiro discretamente para a ALT5 e, quando necessário, isolar riscos.

Outra força acionária vem de fundos de Wall Street, como o conhecido Vanguard. Esses fundos podem ser indiretamente detidos por investidores de varejo em todo o mundo, pois operam grandes fundos de índice.

A participação do Vanguard na ALT5 não é alta, parecendo uma alocação passiva. Mas o problema é: quando o público vê nomes como "Vanguard" na lista de acionistas, instintivamente considera a empresa "legítima" e "confiável". Isso é o chamado endosso de legitimidade.

Essas três forças têm lógicas diferentes: o capital offshore fornece canais financeiros discretos, garantindo a entrada de recursos; os fundos de Wall Street oferecem fachada e legitimidade, fazendo a empresa parecer "conforme e regular"; o grupo dos tokens políticos fornece narrativa e direção estratégica, impulsionando a ALT5 ao palco global das stablecoins.

A combinação das três torna a ALT5 ao mesmo tempo limpa e perigosa.

Na superfície, é uma fintech que segue as regras; na prática, está sendo usada como um "Cavalo de Troia das stablecoins", carregando silenciosamente ambições políticas e de capital sob uma fachada de conformidade.

II. O disfarce FinTech — para onde leva a porta secreta sob a conformidade?

No papel, a ALT5 é uma fintech absolutamente normal. Possui todas as licenças necessárias, oferece gateway de pagamento, OTC, custódia e exchange white-label, com receita anual de cerca de US$ 20 milhões e margem bruta próxima a 50%, sendo considerada uma das melhores do setor de pagamentos cripto. É conforme, transparente, com dados sólidos, parecendo até mais "limpa" que muitas empresas de pagamentos tradicionais.

Mas o que realmente fez a ALT5 saltar de uma fintech de nicho para o centro das atenções globais foi aquela rodada de financiamento de US$ 1,5 bilhão em agosto de 2025. Da noite para o dia, deixou de ser apenas uma empresa de APIs para se tornar o "cofre Nasdaq" do stablecoin WLFI de Trump.

Isso significa que a ALT5 deixou de ser apenas uma fábrica de tecnologia para se tornar um nó-chave na globalização das stablecoins.

Por que chamá-la de "porta dos fundos"? A razão é simples.

Primeiro, a proteção da identidade superficial. Se a stablecoin WLFI tentasse entrar diretamente nas redes de pagamento de outros países, certamente enfrentaria barreiras dos bancos centrais e reguladores. Mas a ALT5 já possui licenças de fintech e pode atuar como "provedora de APIs de pagamento". Os reguladores veem uma fintech conforme, não uma stablecoin com forte conotação política.

Segundo, o canal oculto de liquidação internacional. A API do ALT5 Pay permite que comerciantes aceitem BTC, USDT e outras criptomoedas, convertendo automaticamente para dólares ou euros nos bastidores. Se WLFI/USD1 for integrado, comerciantes e usuários talvez nem percebam que estão usando uma stablecoin endossada pela família Trump. Na superfície, é "tecnologia de pagamento", mas, na prática, é a infiltração da stablecoin.

Por fim, a integração natural com redes globais. A ALT5 já conectou a Lightning Network e sistemas de pagamento com stablecoins, sendo muito mais eficiente que pagamentos internacionais tradicionais via SWIFT. Para muitos mercados emergentes com alta demanda por dólares, mas sem acesso direto a Wall Street, a ALT5 oferece uma via expressa invisível. Por meio dela, a WLFI pode se espalhar rapidamente, entrando em cenários de transação global com mínima resistência.

Assim, o significado daquele financiamento de US$ 1,5 bilhão fica claro: não é apenas capital para expansão, mas uma estratégia para construir canais globais de pagamento para a WLFI.

A ALT5 pode continuar garantindo aos reguladores: "Somos apenas uma empresa de pagamentos via API conforme as regras". Mas, nos bastidores, suas interfaces podem estar servindo de trilha para stablecoins contornarem o sistema financeiro tradicional.

Essa narrativa dupla faz da ALT5 um típico "disfarce de fintech". Externamente, é limpa, transparente e profissional, um exemplo de FinTech; internamente, está sendo elevada a um papel estratégico, tornando-se peça indispensável no quebra-cabeça da globalização das stablecoins.

Talvez seja exatamente isso que permitiu à WLFI evoluir rapidamente de um conceito político para uma ferramenta financeira real: encontrou uma "porta dos fundos legal" como a ALT5.

Quando o disfarce de conformidade é suficientemente robusto, a stablecoin pode infiltrar-se silenciosamente nas transações cotidianas de comerciantes e usuários. E, quando os reguladores finalmente perceberem, a porta já pode estar completamente aberta.

III. O império financeiro sombrio de Trump

A ALT5 é apenas a ponta do iceberg; por trás dela está o plano maior da família Trump de construir seu próprio sistema do dólar.

……