Uma coletiva de imprensa, liderada pelo senador Chris Murphy (D-CT), ocorreu poucas horas antes do jantar privado em uma propriedade de Trump. O acesso ao evento seria restrito aos 220 maiores compradores da meme coin, com o total de compras superando US$ 150 milhões.
Os participantes teriam acesso exclusivo ao presidente, embora seus nomes não tenham sido divulgados.
Senadores acusam Trump de vender acesso presidencial por meio de meme coin
O senador Chris Murphy classificou o jantar como ‘basicamente abrir um canal para suborno’. Ele demonstrou preocupação com o fato de investidores anônimos estarem comprando acesso ao presidente sem nenhuma transparência.
‘Se você compra a moeda dele, ganha acesso secreto ao presidente para defender seus interesses’, afirmou. Ele alertou ainda para o risco de envolvimento de pessoas sancionadas ou agentes estrangeiros.
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A senadora Elizabeth Warren (D-MA) foi ainda mais dura. Ela descreveu o evento como ‘uma orgia de corrupção’. Segundo ela, várias decisões do governo favorecem diretamente os interesses de Trump com criptomoedas.
Democrats should stand together and use our power to fix the GENIUS Act before the vote tomorrow. There is no excuse to facilitate Trump's crypto corruption. pic.twitter.com/hZ3dplcZAc
— Elizabeth Warren (@SenWarren) May 8, 2025
Entre elas, o fim da força-tarefa cripto do Departamento de Justiça e mudanças recentes na SEC (Comissão de Valores Mobiliários).
‘Ele está mostrando a qualquer um que quiser um favor especial, e puder pagar por isso, exatamente como agir’, disse Warren. ‘E os criminosos já estão lucrando muito com essa corrupção.’
Warren também citou o nome de Justin Sun, fundador da TRON, como principal comprador da moeda de Trump e investidor da criptoempresa da família do ex-presidente. Segundo ela, Sun teria motivos para comemorar: a SEC teria pausado as ações contra ele e sua empresa por fraude justamente na véspera do jantar.
Parlamentares apontam riscos à segurança nacional e exigem reformas
O senador Jeff Merkley (D-OR) focou nos riscos à segurança nacional. Ele lembrou discussões constitucionais anteriores sobre influência estrangeira e alertou que ativos digitais podem ser usados para evitar exigências de transparência.
Há uma placa de ‘vende-se’ pendurada na Casa Branca. Eles querem comprar influência sobre a política dos EUA.
O deputado Sam Liccardo (D-CA) citou grandes prejuízos sofridos por pequenos investidores. Ele disse que 746 mil compradores perderam bilhões em uma moeda da qual Trump e sua família se beneficiaram. ‘O presidente deles foi um vigarista’, disse, mencionando o projeto de lei MEME Act, criado para evitar esse tipo de conflito.
Já o senador Richard Blumenthal (D-CT) afirmou que os republicanos bloquearam suas tentativas de exigir a divulgação dos nomes dos convidados e dos investimentos estrangeiros ligados aos criptoativos de Trump. Ele pediu que o Congresso aplique a Cláusula de Emolumentos e amplie as regras de ética sobre stablecoins para incluir o presidente.
Entidades como Public Citizen, CREW (Citizens for Responsibility and Ethics in Washington) e End Citizens United também participaram da coletiva. Todas defenderam a urgência de novas reformas.
Os participantes ainda destacaram que boa parte da arrecadação cripto teria vindo de exchanges estrangeiras, dificultando a identificação dos compradores e prejudicando a fiscalização.
O jantar, realizado na quinta-feira (23/05), no Trump National Golf Club, com acesso presencial aos convidados. O evento ocorreu em meio à crescente pressão sobre o uso de meme coins por Trump, seus projetos com stablecoins e as discussões no Congresso sobre novas leis para o setor cripto.
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