SoFi lança stablecoin SoFiUSD para oferecer infraestrutura de liquidação para bancos e fintechs

A SoFi Technologies anunciou nesta quinta-feira o lançamento da SoFiUSD, uma stablecoin totalmente lastreada em dólar americano emitida pelo SoFi Bank, marcando o que a empresa afirma ser a primeira vez que um banco nacional emite uma stablecoin em uma blockchain pública e permissionless.

De acordo com um comunicado compartilhado com o The Block, o produto tem como objetivo posicionar a SoFi como provedora de infraestrutura de stablecoin para bancos, fintechs e plataformas empresariais que buscam movimentação de dinheiro mais rápida e eficiente. Inicialmente lançada na Ethereum, o suporte pode ser estendido para outras redes ao longo do tempo.

A SoFi afirmou que parceiros poderão integrar a SoFiUSD em fluxos de liquidação e pagamentos utilizando a infraestrutura bancária da empresa, permitindo transações quase instantâneas 24 horas por dia a custos fracionários de centavos. A empresa acrescentou que a stablecoin também será disponibilizada futuramente para membros da SoFi, expandindo seu uso além da liquidação institucional.

Infraestrutura de stablecoin emitida por banco

O SoFi Bank é uma instituição depositária regulada pela OCC e segurada pela FDIC, e a SoFiUSD é totalmente lastreada 1:1 por reservas em dinheiro mantidas para resgate imediato, segundo a empresa. Como um banco federalmente autorizado, a SoFi afirmou que pode manter reservas em dinheiro em sua conta no Federal Reserve, eliminando riscos de liquidez e crédito, ao mesmo tempo em que gera rendimento que pode ser compartilhado com parceiros e detentores da stablecoin.

A empresa disse que sua infraestrutura também permitirá que bancos, fintechs e parceiros empresariais emitam suas próprias stablecoins white-label ou utilizem a SoFiUSD diretamente em seus próprios sistemas.

O CEO da SoFi, Anthony Noto, disse que o lançamento aplica a estrutura regulatória e operacional da empresa para resolver questões de liquidação lenta, provedores fragmentados e modelos de reservas opacos nos serviços financeiros.

"Blockchain é um superciclo tecnológico que mudará fundamentalmente as finanças, não apenas em pagamentos, mas em todas as áreas do dinheiro", disse Noto, acrescentando que a SoFiUSD combina a autorização bancária nacional da empresa com tecnologia onchain transparente e totalmente lastreada para fornecer uma "maneira mais segura e eficiente de movimentar fundos".

A SoFi afirmou que a SoFiUSD será utilizada não apenas em seu negócio de negociação de criptoativos, mas também para liquidação por redes de cartões, varejistas e outros negócios que buscam pagamentos mais rápidos e de menor custo. Espera-se também que a stablecoin desempenhe um papel no SoFi Pay para remessas internacionais e compras em pontos de venda, além de servir como método de pagamento alternativo para parceiros de plataforma que processam bilhões de transações anualmente.

O movimento ocorre enquanto outras grandes empresas de fintech e pagamentos lançaram ou buscaram suas próprias iniciativas de stablecoin este ano, incluindo a planejada KlarnaUSD da Klarna, a USDPT da Western Union e a USDB da Stripe — refletindo um movimento mais amplo entre empresas de finanças tradicionais em direção à infraestrutura de liquidação e pagamentos baseada em blockchain.

O lançamento da stablecoin da SoFi também se baseia em sua recente expansão para serviços de criptoativos. Em novembro, a empresa se tornou o primeiro banco nacional a oferecer negociação de criptoativos diretamente aos consumidores sob o SoFi Crypto, permitindo que membros comprem, vendam e mantenham quase 30 criptomoedas em seu aplicativo, após um lançamento gradual.

Anteriormente, a SoFi oferecia negociação de criptoativos por meio de uma parceria com a Coinbase em 2019, que foi posteriormente suspensa em 2023. "Uma das restrições que tivemos nos últimos dois anos foi em criptomoedas, a capacidade de comprar, vender e manter criptoativos", explicou Noto no mês passado. "Não tínhamos permissão para fazer isso como banco. Não era permitido. Mas em março deste ano, a OCC publicou uma carta interpretativa dizendo que agora é permitido que bancos, como a SoFi, ofereçam criptomoedas."