O Grande Short de Bitcoin (Parte 2): Rumores suspeitam de ligação com insiders do governo dos EUA

Anteriormente em The Big Bitcoin Short: um trader vendeu Bitcoin a descoberto minutos antes da publicação da tarifa pelo Presidente Trump e lucrou cerca de US$ 160 – US$ 200 milhões.

Eye, um investigador de cripto que ajudou a estruturar a história rastreando carteiras e sugerindo que Garrett Jin poderia ser um laranja para uma rede mais ampla, agora se afastou, citando preocupações com sua segurança.

Eye suspendeu o trabalho no caso da venda a descoberto de Bitcoin após alegações não comprovadas de que a negociação envolvia uma rede ligada à World Liberty Financial.

Antes de se afastar em 14 de outubro, Eye apresentou a visão de que a carteira ligada a Garrett Jin pode ser um canal para informações que se movem de insiders para traders capazes de construir posições favoráveis em torno do timing de políticas.

“Garret não parece ser o principal ator. Ele provavelmente é apenas um laranja, mas este foi o ponto de partida para rastrear o verdadeiro esquema de insider trading…

A informação crucial dada à baleia HL provavelmente vem de um grupo de insiders que há muito exploram informações confidenciais de rumores da Casa Branca e anúncios oficiais antecipadamente.”

Os nomes citados incluem os cofundadores da World Liberty Financial, Zach Witkoff e Chase Herro, que têm ligação com Donald Trump Jr., e a alegação de que um informante pode ter passado informações para partes além de Jin, reforçando a hipótese de “laranja”.

Uma liquidação de 30% dos tokens WLFI horas antes do anúncio da tarifa, em um momento em que o Bitcoin caiu apenas 3%, também chamou a atenção do setor.

WLFI, BTC, SPY sell off (Fonte: TradingView)

Eye disse que deixaria de publicar novas informações, afirmando que havia “cavado fundo demais”, e deixou em aberto a questão de quem, se é que alguém, acessou detalhes de políticas não públicas.

A controvérsia surgiu da operação que vendeu Bitcoin a descoberto na Hyperliquid minutos antes da publicação da tarifa por Trump em 11 de outubro, episódio coberto em nossa reportagem anterior.

Durante o movimento, as liquidações em diversas plataformas chegaram a cerca de US$ 19 bilhões em 24 horas, com a Hyperliquid relatando perdas generalizadas de contas.

Segundo a CoinGlass, a liquidação ficou entre os maiores totais históricos em dólares em um único dia. CoffeeZilla também analisou a operação, focando na última adição à posição short, feita às 20:49 GMT, e o post da tarifa às 20:50 GMT, um intervalo de um minuto que continua a alimentar o debate sobre o que o trader sabia e quando a posição foi dimensionada.

Jin rejeitou a narrativa de insider e fez repetidas negativas. Ele afirmou que o capital pertence a clientes, sua equipe opera nós e fornece insights internos, e que não tem ligação com a família Trump.

Ele também criticou o cofundador da Binance, Changpeng Zhao, por amplificar o fio inicial de Eye para uma grande audiência, agradecendo a CZ “por compartilhar minhas informações pessoais e privadas”, e sustentou que a venda a descoberto foi uma decisão macro e técnica, não baseada em informações não públicas.

Curiosamente, Jin apagou o tweet negando qualquer ligação com o Presidente Trump. O post completo dizia:

“Oi @cz_binance, obrigado por compartilhar minhas informações pessoais e privadas. Para esclarecer, não tenho ligação com a família Trump ou @DonaldJTrumpJr — isso não é insider trading.”

Ele também afirmou: “Não existem tantas conspirações assim no mundo. Parem de arranjar desculpas para sua ignorância e falta de profissionalismo.”

Jin apresentou uma tese de cinco pontos que, segundo ele, embasou seu posicionamento, citando sinais de sobrecompra em tecnologia dos EUA, tecnologia A-share da China e principais pares de cripto, correlação positiva entre cripto e tecnologia dos EUA, mudança na postura comercial EUA–China de 26 de setembro a 11 de outubro, uma ampla mudança de risco-on para risco-off na data do movimento, e alavancagem pesada nos mercados que poderia forçar uma onda de desalavancagem semelhante a crashes anteriores.

Ele acrescentou um apelo por “fundos de estabilidade” nas principais plataformas. Argumentou que alavancagem extrema em ativos sem fluxo de caixa aumenta as chances de movimentos desordenados de preço, independentemente da direção.

O comentarista Quinten Francois questionou por que uma carteira supostamente usada para movimentações de mercado estaria tão diretamente ligada a identidades públicas por meio de um caminho ENS, chamando o rastro de conveniente demais e pedindo cautela quanto ao overfitting de grafos sociais construídos a partir de poucos saltos.

O advogado John E. Deaton levou a discussão para uma revisão formal, dizendo que, se as alegações forem comprovadas, os reguladores deveriam examinar as operações.

A carteira atribuída a Jin não ficou inativa.

Até 13 de outubro, a conta abriu uma nova posição short em Bitcoin com valor nocional de cerca de US$ 496 milhões em alavancagem 10x, com nível de liquidação declarado próximo de US$ 124.270.

Rastreadores mostram vários milhões de dólares em lucro não realizado com o preço à vista entre US$ 114.000 e US$ 117.000. Outras duas baleias da Hyperliquid abriram cerca de US$ 182 milhões em novas posições short em majors e altcoins de grande capitalização no mesmo período.

O histórico de Jin também chama atenção.

Ele comandou a BitForex entre 2017 e 2020. A exchange saiu do ar em fevereiro de 2024 após dezenas de milhões de dólares serem movidos de hot wallets e usuários relatarem saldos congelados.

A Financial Services Agency do Japão já havia citado a BitForex por operar sem registro, e a Securities and Futures Commission de Hong Kong emitiu alertas à medida que os problemas aumentavam.

Desde então, a cobertura regional listou uma série de empreendimentos lançados após a BitForex, seguidos de foco em um projeto institucional de staking. Após o fio de Eye ganhar atenção, observadores notaram que Jin modificou perfis públicos em redes sociais, removendo referências a alguns projetos e ajustando configurações de privacidade.

O quadro regulatório permanece indefinido.

O Bitcoin é regulado pela Commodity Futures Trading Commission para derivativos, enquanto a Securities and Exchange Commission lida com casos de valores mobiliários. Essa divisão afeta qualquer possível ação centrada em negociações com informações materiais e não públicas.

Até 15 de outubro, nenhum regulador de mercado ou agência de aplicação da lei dos EUA havia anunciado investigação ou inquérito público sobre as operações de 11 de outubro.

No caso do WLFI, comentários públicos anteriores das partes rejeitaram alegações de conflito de interesse como “absurdas”. Nenhum dos nomes citados por Eye emitiu novas declarações sobre a alegação de rede durante o período analisado.

Para ancorar os principais fatos desde 11 de outubro, seguem as principais figuras e horários referenciados em materiais públicos:

Detalhe do Item

Última adição short vs publicação da tarifa	Ordem às 20:49 GMT, publicação às 20:50 GMT
Liquidações em 24 horas	Cerca de US$ 19 bilhões em cripto
Novo short de BTC aberto em 13 de outubro	Cerca de US$ 496 milhões nocional, 10x, liq. US$ 124.270
P&L não realizado em 14 de outubro	Aproximadamente US$ 4–5,7 milhões com BTC entre US$ 114k–US$ 117k
Outras baleias Hyperliquid	Cerca de US$ 182 milhões em novos shorts em majors
Status do investigador	Eye interrompe postagens, cita segurança

O mesmo painel que guiou nossa nota original ainda se aplica à estrutura de mercado nas próximas duas a seis semanas.

O interesse aberto e a direção da taxa de financiamento nos perpétuos de Bitcoin continuam sendo o primeiro passo para determinar se a alavancagem está sendo reconstruída ou se o mercado ainda está em processo de limpeza.

Os fluxos de stablecoin nas exchanges podem antecipar o apetite por risco nas principais plataformas.

Futuros de ações e o dólar em torno de manchetes de tarifas continuam a mapear as faixas intradiárias para cripto durante ciclos de notícias de política comercial.

Painéis ao vivo para interesse aberto, funding e saldos em exchanges estão disponíveis por meio de provedores de dados como CoinGlass.

O que permanece desconhecido é central para como essa história evolui.

Jin não identificou os clientes por trás do capital. O caminho que liga identidades públicas ao rastro ereignis.eth e garrettjin.eth não foi esclarecido a um padrão que encerre o debate sobre atribuição.

Fontes não sociais não verificaram de forma independente a alegação de Eye sobre o WLFI, e as partes citadas não emitiram novas declarações respondendo à alegação no período analisado.

Nenhum regulador dos EUA abriu um caso ou comentou publicamente sobre as operações de 11 de outubro.

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