Swift e ConsenSys lançam blockchain ledger para competir com stablecoins

A cooperativa global de pagamentos Swift anunciou o lançamento de um livro-razão compartilhado baseado em blockchain com mais de 30 bancos globais e a Consensys, visando oferecer transações internacionais instantâneas, 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O livro-razão utilizará contratos inteligentes, programas que aplicam automaticamente as regras das transações, e é posicionado como uma resposta direta à concorrência das stablecoins.

Swift revela livro-razão compartilhado para enfrentar as stablecoins

O mercado de stablecoins, avaliado em 300 bilhões de dólares, dominado por tokens atrelados ao dólar, permite que os usuários transfiram fundos diretamente sem intermediários. A Swift enquadrou sua iniciativa como essencial para manter sua relevância à medida que os reguladores aumentam a supervisão.

Bancos europeus também delinearam planos para uma stablecoin denominada em euro até 2026, ressaltando a pressão sobre os sistemas de pagamento tradicionais.

A Swift afirmou que o livro-razão compartilhado irá registrar, sequenciar e validar transações, integrando dados de conformidade por meio da mensageria ISO 20022. Essa abordagem busca unir a programabilidade do blockchain com a previsibilidade e transparência esperadas no setor bancário regulado.

A Swift enfatizou que a iniciativa funcionará em paralelo com as atualizações das infraestruturas fiduciárias existentes, permitindo que as instituições escolham entre a infraestrutura tradicional e a tokenizada.

Parceiros, Pilotos e Resistências

A Consensys, desenvolvedora da camada 2 do Ethereum, Linea, irá construir o protótipo. A Linea utiliza criptografia de conhecimento zero para agrupar transações, proporcionando velocidade e privacidade. Swift e bancos já testaram mensagens on-chain na Linea para explorar como a liquidação via blockchain pode estar em conformidade com padrões regulatórios.

Separadamente, a Chainlink destacou sua colaboração contínua com a Swift, incluindo pilotos com UBS e Euroclear que demonstraram assinaturas de fundos tokenizados. Embora distintos do livro-razão compartilhado, esses projetos mostram como a Swift pode expandir a conectividade entre blockchains públicas e privadas por meio de parcerias.

“Já passamos da fase de experimentos. A questão agora é como escalar — independentemente de o instrumento ser um depósito tokenizado, uma CBDC, uma stablecoin ou um fundo tokenizado. Tudo se resume ao que exatamente estamos conectando e onde o valor aparece”, disse Tom Zschach, executivo da Swift.

Os apoiadores argumentam que o livro-razão pode reduzir custos de reconciliação, aumentar a transparência e permitir liquidações programáveis que são acionadas automaticamente.

No entanto, os críticos alertam que os bancos precisarão absorver custos de integração, gerenciar riscos operacionais e garantir a definitividade legal — reconhecimento pelos tribunais de que uma transação é irrevogável. Executivos da Swift reconhecem esses desafios, mas enfatizam que a adoção em larga escala dependerá do alinhamento das confirmações em blockchain com os padrões legais estabelecidos.

A Swift planeja implementações em fases com os bancos para determinar quais moedas e corredores priorizar. Se bem-sucedido, o projeto pode remodelar a liquidação global ao incorporar conformidade nos trilhos digitais, oferecendo aos bancos uma alternativa mais rápida às stablecoins, enquanto preserva a confiança dos sistemas tradicionais.