Circle faz parceria com Finastra para liquidação de USDC no valor de US$ 5 trilhões

Circle e Finastra anunciaram na quarta-feira uma parceria para integrar a liquidação em USDC à plataforma Global PAYplus da Finastra, que processa mais de US$ 5 trilhões em fluxos diários de pagamentos transfronteiriços.

O acordo permitirá que bancos liquidem transações com USDC enquanto mantêm as instruções de pagamento em moedas fiduciárias, com o objetivo de reduzir custos, acelerar transferências e diminuir a dependência das redes de bancos correspondentes.

GPP da Finastra se junta ao movimento das stablecoins

Global PAYplus (GPP), o principal hub de pagamentos da Finastra, atende milhares de bancos em mais de 130 países. Segundo o comunicado de imprensa, as instituições que utilizam a plataforma poderão liquidar transações com a stablecoin USDC da Circle.

A Finastra, sediada em Londres, fornece software financeiro para mais de 8.000 clientes, incluindo 45 dos 50 maiores bancos do mundo. Ao conectar o GPP ao USDC, as empresas pretendem modernizar as liquidações, frequentemente criticadas por sua ineficiência, altas taxas e atrasos.

Defensores argumentam que a liquidação baseada em blockchain permite que transações sejam compensadas 24 horas por dia a custos significativamente menores. Reguladores nos EUA, Europa e Ásia continuam analisando as stablecoins, destacando riscos e potenciais benefícios.

Atualmente, o USDC da Circle possui uma oferta circulante de aproximadamente US$ 69 bilhões. O comunicado afirmou que a integração do USDC ao GPP permitirá que bancos testem a liquidação em blockchain sem interromper os processos de compliance ou câmbio.

“Ao conectar o hub de pagamentos da Finastra à infraestrutura de stablecoin da Circle, podemos ajudar nossos clientes a acessar opções inovadoras de liquidação sem o ônus de construir seus próprios sistemas”, disse Chris Walters, CEO da Finastra.

Circle expande uso do USDC além do setor cripto

Para a Circle, a colaboração oferece um importante canal institucional para a adoção do USDC. A empresa abriu capital no início deste ano, com suas ações valorizando à medida que investidores buscavam exposição ao mercado de stablecoins em rápido crescimento.

“O alcance e a expertise da Finastra em impulsionar a infraestrutura de pagamentos para os principais bancos do mundo fazem dela uma escolha natural para expandir ainda mais a liquidação em USDC em fluxos transfronteiriços”, disse Jeremy Allaire, cofundador e CEO da Circle.

Ele acrescentou:

“Juntos, estamos permitindo que instituições financeiras testem e lancem modelos inovadores de pagamento que combinam a tecnologia blockchain com a escala e a confiança do sistema bancário existente.”

A iniciativa alinha a Circle a outros gigantes de pagamentos como Stripe e PayPal, que desenvolveram suas próprias infraestruturas de stablecoin. Diversos bancos e varejistas também estão explorando modelos de pagamento baseados em tokens.

No mesmo dia, as ações da Circle (CRCL) fecharam a US$ 127,4, uma queda de 1,28% em relação à sessão anterior. O declínio ocorreu em meio a uma retração mais ampla do mercado, com o Bitcoin caindo 0,7% em 24 horas para US$ 111.277 e o Ethereum recuando 2,2% para US$ 4.511.